Um dos aspetos críticos para o desenvolvimento de um ecossistema necessário para o desenvolvimento de empresas sociais é a necessidade de existirem intermediários em quase todos os aspetos da cadeia de valor, desde o apoio financeiro ao marketing passando pelos diversos tipos de avaliação.
Isto é válido tanto para investidores como para as entidades sociais: a nossa experiência mostra que estas necessitam de apoio especializado para a montagem de uma proposta complexa (em base de projeto), mas tipicamente não têm como financiá-la. Por outro lado os investidores não estão preparados para fazer o “due diligence” dos projetos/empresas sociais, tanto do ponto de vista dos aspetos financeiros como da avaliação do impacto social.
Enquanto que em Inglaterra, e menos em França, existem inúmeras categorias de intervenientes, cá em Portugal as entidades são poucas e pequenas demais. Para isso contribuem vários fatores, dos quais se destaca a limitação de acesso a fontes de financiamento.
De referir também que o comportamento das entidades sociais depende do rigor dos investidores: se estes não pedirem informação e não avaliarem o impacto social dos projetos por si financiados, dificilmente aquelas procurarão responder a essas necessidades.
Uma das condições de partida para se juntarem projetos sociais a investidores deveria ser que o plano de investimento fosse acompanhado de um estudo de exequibilidade de impacto social para assim fazer evoluir o mercado.